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Paricá
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Nativa da Amazônia, madeira tem excelente qualidade e rentabilidade.
O paricá pode ser cortado com cinco anos de idade. Sua madeira é usada na construção civil e na fabricação de móveis.

Paricá

Até agora já foram plantadas 60 milhões de árvores, distribuídas em várias fazendas nos municípios de Paragominas e Dom Eliseu, na região nordeste do Pará. Não é muito se comparado com o eucalipto, espécie australiana que tem bilhões de árvores plantadas no país inteiro.

No Pará, o paricá está gerando empregos e ajudando a manter o que ainda resta de floresta nativa, como explica o engenheiro florestal Alessandro Lechimoski.“Com a utilização do paricá no reflorestamento, cada hectare usado na indústria deixa de utilizar de 30 a 35 hectares de mata nativa. Isso representa um ganho ambiental enorme”.

Em Dom Eliseu, a empresa Vale Florestar está pesquisando o paricá partindo dos modelos já desenvolvidos para a cultura do eucalipto.

A floresta de eucalipto é mais uniforme e mais produtiva porque foi plantada com mudas clonadas, ao contrário do paricá, que apresenta árvores finas e grossas e muita variação no crescimento. Mas para a extração de lâminas de compensado, o paricá rende mais porque as árvores são cilíndricas e não têm galhos nos primeiros sete metros do tronco. O eucalipto é cheio de galhos e precisa de poda na época certa para eliminar os nós. Por isso, hoje o paricá é a madeira mais cobiçada para a produção de compensado.

Em Dom Eliseu, o preço pago pelo metro cúbico do paricá é muito maior que o do eucalipto. Por esta razão, os fazendeiros Fernando Pinto e Marcos Tavares estão trocando a pecuária pelo reflorestamento. O plantio tem que ser autorizado pelos órgãos ambientais e o corte também.

Até agora, eles plantaram 800 mil mudas de paricá em uma área de mil hectares. “O resultado econômico chega a ser quatro vezes maior que a pecuária tradicional. O metro cúbico do paricá em pé está sendo vendido em torno R$ 140, três vezes mais que o eucalipto nesta região”, explica Marcos.

Há 17 anos, Silvano Danholuzo começou a selecionar sementes de paricá na floresta para formar um campo de matrizes. São ao todo 2.500 árvores plantadas por ele na fazenda Concrem, no município de Dom Eliseu, no estado do Pará.

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Com sementes colhidas das árvores da fazenda, cinco milhões de mudas de paricá são produzidas por ano. A técnica empregada no viveiro e no plantio das mudas segue o mesmo manejo adotado para a cultura do eucalipto.

Toda a produção de paricá de Dom Eliseu é direcionada para a fabricação de compensado. Cada árvore produz de três a quatro toras de dois metros de comprimento, tamanho ideal para entrar no torno que retira as lâminas de compensado.

Os resíduos da fabricação do compensado e as pontas de madeira que não servem para a laminação vão para a fábrica de MDF, instalada em Paragominas. O MDF é uma placa de aglomerado de madeira que, pelo seu processo de fabricação, adquire boa resistência e estabilidade, características muito importantes para a indústria de móveis.

A indústria instalada no município de Paragominas processa 300 toneladas por dia, metade com resíduos de paricá e metade com eucalipto.

O plantio de paricá beneficia também os pequenos produtores da região. Marcelo Soares está colhendo 15 hectares por ano. Nos primeiros anos, ele testou, com sucesso, o consórcio do paricá com milho, mandioca, feijão e girassol. E garante: “O consórcio com outras culturas é tudo de bom, é para fazer o homem do campo fixar no campo”.

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